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EXTRA

 

Após conhecer, conversar e refletir junto com o pessoal da ANUDI, o grupo do Uai, aqui é Nordeste resolveu reunir aqui um texto e algumas dicas a cultura nordestina. Se achegue mais com a gente!

 

AMARGA QUI NEM JILÓ

                                          por Ygor Rodrigues

 

 “Saudade é o pior sentimento que alguém pode ter”, o autor dessa frase não me lembro, por motivos de dor apenas decorei e sempre que posso repasso. Porém em qual contexto se encontra essa palavra nesse momento? Talvez pelo fato de ao falar de nordestinos longe da sua terra-natal o primeiro pensamento seja esse: vontade de rever e reviver, de saudades.

Talvez não seja digno de comparação com essa gente que saiu do seu canto, por seja qual motivo migrar para outro. Apesar de estar longe do meu chão, ainda estou na minha terra. Mas  pode ser do lado da sua casa ou um lugar que se assemelha, nada se compara ao seu aconchego.

Olha que estou há apenas alguns meses longe de tudo, imagina quem está há anos ou décadas... já me bate um aperto só de pensar! Saudade castiga e como dizia o poeta: “é bonita só em poesia”.

Como a moçada hoje em dia costuma dizer “é destruidora” (esse seria um ótimo adjetivo para saudade). A propósito, se caso isso fosse uma redação para vestibular, eu iria ser penalizado pela repetição da palavra, mas ah meu rei, não há sinônimo para saudade, é ela e só.

Da comida, da cultura, da família, das pessoas diferentes se encontra só na terra de cada um, do sorriso, dos costumes, da música... Eita essa ultima! É a que aproxima mais, e não importa o quão distante estamos, a música sempre irá nos fazer lembrar de nossas raízes.

Inclusive, ao perguntar para alguns nordestinos que já não moram na terra de origem, qual música recorda o seu povo, ouvi como resposta ‘Asa Branca’ do consagrado Luiz Gonzaga. Sem dúvidas um clássico... “eu te asseguro não chore não, viu, que voltarei, viu, meu coração”. Já eu, lembro-me de uma tal canção que aprendi na infância, que agora me recordo só do refrão, daquelas músicas que você ensaia para apresentar no final do ano: “eu sou de Patos, Patos lá de Minas, Patos das meninas, morenas, loiras e belas”.

E vamos pro fim disso, porque é para ser algo curto. enormes. Confesso que me surpreendi com as cinco vezes que coloquei a palavra saudade nessas linhas (agora são seis). Enfim, não importa se é saudade do Nordeste ou da capital do milho, vulgo Patos de Minas, é saudades e nada mais.

 

 

Música

 

Não ganhou a ultima edição do THE VOICE BRASIL, mas ganhou a admiração de vários brasileiros, principalmente dos nordestinos. Lucy Alves. A Paraibana lançou esse ano seu primeiro álbum, que contém algumas músicas cantadas por ela no programa, releituras e canções inéditas.

O CD é bem típico do nordeste, passa alegria e uma vontade arretada de dançar, até mesmo para aqueles leigos nesse quesito.

Clássicos como: Qui Nem Jiló, De Volta Pro Aconchego, Festa do Interior, são algumas das faixas do álbum de Lucy. Além de uma participação mais que especial de Alceu Valença na faixa cinco, com Morena Tropicana.

E para quem quiser curtir a cultura nordestina em forma de canção, ouça um pouquinho do clássico De Volta Pro Aconchego na voz de Lucy Alves:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ARIANO SUASSUNA: UM TALENTO EM PROSA, VERSO E TEATRO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando pensamos em um nome marcante na literatura brasileira ligado ao nordeste, um dos primeiros que vem a mente é o de Ariano Villar Suassuna, nascido em 16/06/1927  no Palácio da Redenção, na Paraíba(PB). Seu pai, João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna, era governador da Paraíba e sua mãe chamava-se Rita de Cássia Dantas Villar. Era o oitavo filho de nove irmãos. Em 1933, mudou-se com a família para Taperoá, no sertão dos Cariris Velhos da Paraíba.

De 1934 a 1937, entrou para o internato do Colégio Americano Batista, no Recife. Após concluir o curso Clássico, começou o curso de Direito.
Em 1947, escreveu sua primeira peça teatral, "Uma mulher vestida de sol". Continuou escrevendo para teatro, sempre muito elogiado, até que, em 1955, escreve um de seus inúmeros sucessos, "O Auto da Compadecida", texto baseado em três narrativas do Romanceiro nordestino.

Casou-se, em 1957, com Zélia de Andrade Lima, com quem teve seis filhos e treze netos.

Fundou, ao lado de Hermilo Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste. Foi membro fundador do Conselho Nacional de Cultura e diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco. Articulou o movimento Armorial, que defendia a criação de uma arte erudita nordestina a partir de suas raízes populares.

Em 1970, conclui o "Romance d'A Pedra do Reino" e lança no Recife o Movimento Armorial. Foi eleito para ocupar a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, tomando posse no dia 09/08/1990. Em 1995 é nomeado secretário estadual da Cultura pelo então governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Em 1999, "O Auto da Compadecida" é exibido em quatro capítulos pela Rede Globo de Televisão.

Ariano morreu em 23 de julho deste ano, no Recife, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC),deixando a literatura brasileira e a cultura nordestina órfãos de seu talento com as palavras e da sua genialidade*.

 

Assista um trecho da minissérie "O Auto da Compadecida"- que mais tarde virou filme - feita pela Rede Globo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Dados obtidos no site do Projeto Releituras e da Academia Brasileira de Letras.

"Minha vida é andar por esse país
Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei

(...)"

(A vida do viajante, Luiz Gonzaga)

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